Em meio a ruídos de descontentamento do aliado MDB, o governador Eduardo Leite decidiu chamar os líderes dos partidos da base de governo para conversar na manhã desta quinta-feira (9), no Palácio Piratini. A reunião, na ala residencial, às 9h30min, servirá para Leite tirar dúvidas de aliados e orientar a base sobre a privatização das estatais.
O encontro antecede o envio dos projetos de lei à Assembleia Legislativa por meio dos quais buscará autorização para vender a CEEE, a Sulgás e a CRM. Os três projetos de lei, que prometem debates acalorados no Legislativo, serão enviados entre esta quinta (9) e sexta-feira (10), provavelmente em caráter de urgência.
O envio dos projetos é a segunda etapa legislativa que Leite tem que cumprir para levar os planos de privatização adiante. Na terça-feira (7), a primeira etapa foi vencida: com folga, o governo aprovou, em segundo turno, por 39 votos a favor e 13 contra, a chamada PEC do Plebiscito. Com a vitória, Leite não precisa mais realizar um plebiscito antes de vender as estatais.
Ainda que o MDB tenha votado em uníssono com o governo na terça, a bancada emedebista agora faz exigências para seguir oferecendo o apoio. A bancada reclama que não está sendo ouvida por Leite e que correligionários do partido estão sendo demitidos do governo. No caso dos projetos de privatização, o líder da bancada, Fábio Branco, defendeu à coluna que o governo primeiro avalie os ativos e passivos de cada estatal, e o destino dos recursos angariados com a venda, para, então, fazer a modelagem das privatizações. Na prática, o MDB não que votar a favor dos três textos sem antes saber o destino dos recursos e dos empregados das estatais.
Os três projetos de lei, se forem apresentados em regime de urgência, trancam a pauta de votações da Assembleia em 30 dias. Para aprovar as medidas, Leite precisará de 28 votos (maioria absoluta) - ao todo são 55 deputados e o presidente vota apenas para desempatar. Até o momento, o único deputado que votou favoravelmente à PEC do Plebiscito, mas declara ser contrário aos projetos é Rodrigo Maroni (Pode).