Depois de ter cutucado, por diversas vezes, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, Jair Bolsonaro recuou. Disse que o embate foi uma "chuva de verão" e pediu: "vamos em frente". O deputado também apelou para que Bolsonaro desse um basta: "Pare, chega, peça ao entorno para parar de criticar". A paz selada entre Legislativo e Executivo, incluindo o almoço entre Maia e Sergio Moro, foi bem recebida pelo mercado, que reagiu positivamente após quedas sucessivas da bolsa no início da semana. O clima pode mudar dependendo do humor do presidente nos próximos dias.
O governo federal decidiu deixar nas mãos do deputado Marcelo Freitas, do PSL, a relatoria da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na Câmara. Ele promete entregar o parecer da PEC no dia 9 de abril.
Depois de 54 dias sem titular, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo foi preenchida pelo deputado Ruy Irigaray (PSL). No mesmo dia, seu suplente na Assembleia, Rodrigo Lorenzoni (DEM), assumiu o mandato. Lorenzoni deixou a pasta de Articulação e Apoio aos Municípios após quase três meses no cargo. O governador Eduardo Leite conversará com os aliados para decidir quem ficará responsável pela pasta que cuida do relacionamento com prefeitos.
Apesar de reconhecer que as coisas não estão funcionando a contento no Ministério da Educação, o presidente Jair Bolsonaro manteve o ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodriguez, no comando na pasta. Em 45 dias, 16 pessoas foram demitidas ou deixaram seus postos no MEC. O ministério está sob intervenção branca com a nomeação de um militar para ser o número 2 da pasta. O tenente brigadeiro Ricardo Machado Vieira assumiu o cargo de secretário executivo.
Embora tivesse delegado ao colegiado do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) a decisão de soltar ou não o ex-presidente Michel Temer, o desembargador Antonio Ivan Athié voltou atrás. Monocraticamente decidiu conceder o habeas corpus a Temer e a todos os presos preventivamente na mesma operação, desencadeada no dia 21 de março, incluindo o ex-ministro Moreira Franco. Na quinta-feira, a Justiça Federal aceitou denúncia do Ministério Público contra Temer, acusado de corrupção passiva no caso da mala com R$ 500 mil, apreendida com o assessor Rodrigo Rocha Loures. Um dia depois, em outro processo, o ex-presidente foi denunciado por corrupção passiva, peculato, e lavagem de dinheiro.