O deputado Marcelo Freitas (PSL-MG), que está no primeiro mandato, foi escolhido como relator da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados nesta quinta-feira (28). O nome do delegado de polícia foi definido em reunião na sala da presidência da CCJ, com a presença do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.
Ao anunciar o relator, Onyx celebrou o "apaziguamento" das relações entre o governo e o Legislativo.
— Bandeira branquíssima, graças a Deus o diálogo está avançando. Começa o apaziguamento, é uma grande unidade em torno do Brasil — afirmou.
Freitas não participou da reunião que definiu seu nome como relator da reforma. O parlamentar estava retornando para Minas Gerais, de avião, e foi avisado por telefone logo depois de pousar.
Diante de divergências dentro do PSL e na relação entre Congresso e Planalto, o deputado presidente da comissão, Felipe Francischini (PSL-PR), decidiu aguardar para definir a relatoria do projeto, o que gerou atraso no calendário projetado pelo governo.
— Esperamos o momento mais propício e hoje este momento chegou, com união de forças é um consenso no Congresso Nacional e junto ao governo — explicou.
Segundo Francischini, a nova meta é votar o texto na CCJ no dia 17 de abril. O próximo compromisso da comissão é no dia 3, quando o ministro da Economia, Paulo Guedes, participará da sessão.
Deputados de oposição queriam, na reunião de terça-feira (26), que a escolha da relatoria acontecesse só depois de o ministro da Economia Paulo Guedes falar na comissão, em audiência que acontecerá na próxima quarta-feira (3). O governo, entretanto, trabalhou para definir um nome antes, para evitar o desgaste.
Momento de reconciliação
A escolha do relator marca uma tentativa de reconciliação entre o governo de Jair Bolsonaro e a Câmara dos Deputados, após uma série de atritos durante a semana. Nesta quinta-feira (28), o presidente Jair Bolsonaro afirmou que as divergências com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), foram uma "chuva de verão", mas, agora, "o céu está lindo" e o assunto é "página virada".
Na quarta (27), Maia e Bolsonaro trocaram farpas. O presidente da Câmara subiu o tom contra Bolsonaro dizendo que seu governo ainda não começou e que ele está “brincando de presidir o país”.
A declaração foi dada após questionamento sobre a fala do presidente da República, que à tarde concedeu entrevista à TV Bandeirantes, afirmando que não procuraria o parlamentar para conversar neste momento porque Maia estaria “abalado” por assuntos pessoais. Sem citar quais questões seriam, o comentário foi entendido como alusivo à prisão, na última semana, do ex-ministro Moreira Franco, padrasto da mulher de Maia.