Com dois deputados na Assembleia, Fábio Ostermann e Giuseppe Riesgo, o Partido Novo vai economizar R$ 10,7 milhões em quatro anos só reduzindo os gastos com assessores, cortando verbas de gabinete e despesas com diárias. Se todos partidos fizessem o mesmo, o Legislativo economizaria R$ 217 milhões em quatro anos.
A título de comparação, o valor seria suficiente para construir três hospitais semelhantes ao Hospital Regional de Santa Maria ou pavimentar 100 quilômetros de acesso a municípios sem asfalto.
O estudo sobre a economia que a Assembleia teria se todos seguissem o exemplo do Novo foi feito pelo economista Frederico Cosentino, coordenador-geral da bancada. Cosentino liderou o processo de seleção dos assessores do partido, escolhidos a partir da análise do currículo e de entrevistas.
— Fizemos uma seleção aberta com o intuito de atrair os melhores profissionais. Nosso objetivo é implementar novas práticas na política, com o intuito de fazer bom uso do dinheiro público — conta.
A lógica do Novo é da qualidade em detrimento da quantidade. Cada gabinete tem direito a nomear de nove a 17 assessores a um custo total de até R$ 80,6 mil mensais. Ostermann e Riesgo optaram por reduzir o tamanho de suas equipes e cortar o gasto com pessoal pela metade. Só com essa medida serão economizados R$ 8,7 milhões em quatro anos.
— Atravessamos um momento de crise financeira, em que falta dinheiro para pagar salários e até para os serviços básicos. É preciso que cada um faça sua parte — justifica Ostermann, líder da bancada do Novo.
O outro deputado, Giuseppe Riesgo, 23 anos, caçula entre os 55 parlamentares, gostaria que o exemplo do Novo fosse seguido por outros partidos:
— Acreditamos que é possível mudar a forma de se fazer política no Estado e no país por meio do exemplo. Somos favoráveis à adoção de medidas de austeridade, à reforma da previdência, às privatizações e ao corte de privilégios, e temos ciência de que a mudança deve começar por nós.
Na Assembleia, cada partido com pelo menos um deputado tem direito a uma equipe extra para assuntos da bancada. No caso do Novo, que elegeu dois deputados, a bancada poderia contar com outros 17 servidores, mas limitou a equipe a quatro pessoas.
Também é resultado da economia o corte de verbas de gabinete. Cada deputado tem a sua disposição uma cota parlamentar de R$ 16,7 mil mensais, o que representa uma despesa R$ 200 mil por ano. Para a equipe da bancada a verba disponível é de R$ 15 mil mensais, totalizando R$ 182 mil em 12 meses. Em quatro anos, seriam R$ 2,3 milhões para gastos com combustíveis, passagens aéreas, serviços de telecomunicação e material de escritório, entre outros. O Partido Novo estabeleceu a meta de usar menos da metade desse valor, com uma economia de R$ 1,1 milhão.
Outra fonte de despesa que será alvo de economia da bancada do Novo é o gasto com diárias. Cada deputado tem direito a 74 diárias nacionais e 10 internacionais por ano. Os servidores de cada gabinete também podem utilizar outras 120 diárias anuais, das quais 115 nacionais e cinco internacionais. Para a equipe de bancada, são outras 84 diárias a cada 12 meses. Esse benefício pode representar uma despesa total de R$ 1,2 milhão. Porém, a bancada do Partido Novo propôs-se a poupar 75% desse valor, resultando em uma economia de 827 mil no quadriênio.