Cumprida a promessa do presidente Jair Bolsonaro de facilitar a compra de armas pelos cidadãos comuns, é hora de o governo apresentar suas propostas para melhorar a segurança dos brasileiros em geral. A posse de armas de fogo é quase uma obsessão dos eleitores de Bolsonaro que acharam o decreto insuficiente e já trabalham pela liberação do porte.
Desburocratizar a compra pode aumentar a sensação de segurança para os que conseguirão adquirir as quatro armas autorizadas pelo governo, mas não é isso que vai reduzir a criminalidade no país.
Na empolgação do momento, o ministro Onyx Lorenzoni acabou ficando com o troféu “palpite infeliz”. Questionado sobre o risco de acidentes fatais, comparou uma arma de fogo a um liquidificador, que pode arrancar o dedinho de uma criança travessa que ponha a mão dentro da jarra e aperte o botão de ligar.
Passada a euforia, é de ser perguntar qual é a política de segurança e que medidas o ministro Sergio Moro tem para oferecer ao país. A maioria da população sequer tem dinheiro para comprar uma arma. Os que têm vão precisar de polícia na rua, de inteligência para desvendar crimes, de tecnologia no cercamento eletrônico das cidades e de investimentos no sistema prisional, para que as cadeias deixem ser escolas do crime, dirigidas por facções que semeiam o terror nos territórios onde disputam poder.
A verdadeira política de combate ao crime se faz com integração entre União, Estados e municípios. Cabe à Polícia Federal a tarefa de coibir o contrabando de armas que entram no país sem encontrar barreiras.