Na ânsia de ajudar Jair Bolsonaro, os empresários que teriam contratado pacotes de WhatsApp para disparar mensagens contra o PT a milhares de eleitores podem trazer dor de cabeça ao candidato às vésperas do segundo turno.
Qualquer ação de empresas em favor de um candidato é crime eleitoral, já que doações de pessoas jurídicas estão proibidas desde a eleição de 2016. A informação sobre a suposta contratação do serviço de mensagens foi dada em reportagem da Folha de S.Paulo e tornou-se um dos assuntos mais comentados das redes sociais ao longo da quinta-feira.
Pela lei, qualquer empresário pode fazer doações como pessoa física, até o limite de 10% da renda declarada à Receita Federal, desde que o valor (em dinheiro ou estimado) seja declarada na prestação de contas. O problema da contratação de serviço de mensagens por WhatsApp esbarra em outra ilegalidade: o uso de bancos de dados de terceiros para o disparo da propaganda.
Com a vantagem que livrou no primeiro turno e com o favoritismo que ostenta nas pesquisas, Bolsonaro não precisa desse tipo de ajuda. Como o PT, o PDT e o PSOL entraram com ações na Justiça, a campanha do candidato do PSL antecipou-se na defesa em várias frentes. Além de negar que o candidato tenha conhecimento da contratação, a assessoria jurídica anunciou que vai notificar as empresas citadas na reportagem.
O presidente do PSL, Gustavo Bebianno, tratou de desqualificar a notícia:
– O que nos sabemos é que há uma tentativa desesperada de se criar um fato político qualquer.
O candidato falou ao site O Antagonista:
– Eu não tenho controle se tem empresário simpático a mim fazendo isso. Eu sei que fere a legislação. Mas eu não tenho controle, não tenho como saber e tomar providência. Pode ser gente até ligada à esquerda que diz que está comigo para tentar complicar a minha vida me denunciando por abuso de poder econômico.
No primeiro turno, simpatizantes de Bolsonaro espalharam outdoors em diferentes cidades do Brasil.
A Justiça Eleitoral mandou retirar os cartazes e acatou o argumento do candidato de que haviam sido feitos a sua revelia.
Aliás
Não há surpresa na decisão de jair Bolsonaro de faltar aos debates, mesmo liberado pelos médicos. Líder nas pesquisas, nada teria a ganhar. Perde o eleitor, que será privado de conhecer suas propostas.