Empresários pró-Bolsonaro (PSL) estariam pagando milhões por pacotes de mensagens em massa contra o PT no WhatsApp, segundo informações obtidas pelo jornal Folha de S.Paulo e divulgadas nesta quinta-feira (18). Ilegal, pois se trata de doação de campanha por empresas, vedada pela legislação eleitoral, e não declarada, a prática faria parte de uma grande operação na semana anterior ao segundo turno.
Vendidos por agências de estratégia digital por contratos que chegam a R$ 12 milhões, os pacotes, chamados de "disparos em massa", usam a base de usuários do próprio candidato ou vendidas por agências do ramo.
Muitas vezes, empresas de cobrança ou funcionários de companhias telefônicas fornecem ilegalmente esses dados, o que também fere as regras. A legislação eleitoral proíbe compra de base de terceiros, só permitindo o uso das listas de apoiadores do próprio candidato (números cedidos de forma voluntária).
De acordo com a Folha, entre os empresários compradoras do serviço está o dono da Havan, Luciano Hang, já denunciado pelo Ministério Público do Trabalho por coação eleitoral. Questionado pela reportagem sobre disparos em massa, Hang disse que não sabe "o que é isso".
— Não temos essa necessidade. Fiz uma live aqui agora. Não está impulsionada e já deu 1,3 milhão de pessoas. Qual é a necessidade de impulsionar? Digamos que eu tenha 2 mil amigos. Mando para meus amigos e viraliza.