Três dias depois de ter sido lançada pré-candidata à Presidência da República pelo PC do B, a deputada estadual Manuela D'Ávila concedeu nesta quarta-feira (8), no salão verde da Câmara, entrevista coletiva sobre a eleição de 2018. Ao lado da presidente nacional do partido, Luciana Santos, ao ser questionada sobre a possibilidade do PC do B recuar motivado pela candidatura de Lula, Manuela afirmou que o seu nome "jamais" será retirado por "pressões de outros partidos".
— Os únicos fatores que fariam com o que o PC do B debatesse (a situação) são a realidade nacional e nossas decisões. Por pressão dos outros partidos, jamais. A nossa candidatura não se relaciona a outros partidos — disse ela.
Manuela afirmou ainda que a candidatura própria não significa uma ruptura com o PT e defendeu a inclusão do ex-presidente Lula, condenado em primeira instância a nove anos e meio de prisão, na disputa:
— A ausência de Lula agravará a crise institucional que o Brasil vive. Precisamos construir saídas e a nossa candidatura tem a ver com esses problemas do Brasil.
O partido pretende construir uma "frente ampla e popular" com os partidos de esquerda em 2018. Segundo Luciana Santos, o PC do B está a serviço de projetos de mudança do Brasil e quer debater as saídas para a crise no ano que vem. Na entrevista coletiva, Manuela informou que pretende, especialmente, revogar a lei que impõe teto de gastos públicos, norma aprovada no ano passado pelo Congresso. O partido também defenderá a proposta de uma reforma tributária progressiva, "que taxe mais quem tem mais e que taxe menos quem tem menos", de acordo com a presidente nacional.
O PC do B definiu no último domingo (5) que lançaria candidatura própria à Presidência da República e apontou o nome de Manuela D'Ávila para a cabeça de chapa. O encontro ocorreu em São Paulo, mas a deputada não compareceu à reunião porque, no mesmo dia, oficializava o casamento com o músico Duca Leindecker, em Porto Alegre.
Veja a entrevista coletiva completa: