É de derrubar o entusiasmo do mais inveterado dos otimistas: Porto Alegre começou 2025 como terminou 2024. Obviamente, a ilusão de que os problemas acabariam apenas com o virar das folhas do calendário não passa disso mesmo: ilusão, ou, no mínimo algum nível de ingenuidade.
Qualquer chuva de verão faz girar, na capital gaúcha, a roda dos problemas, como um ciclo vicioso: cai água, falta luz, faz parar as casas de bomba, cuja inoperância aprofunda o alagamento.
Decorrente dessa insana recorrência estão três problemas aos quais, infelizmente, os moradores já sabem que vão se repetir quando o tempo fecha: falta de bombeamento de água pluvial e tratada, circulação dos trens da Trensurb e ruas alagadas - em novos e velhos pontos. Nesta manhã de quinta-feira (2), a EPTC registrava 26 ocorrências abertas às 8h e um bloqueio total, além de 15 sinaleiras apagadas.
Mais do que desânimo, dois fatos causam indignação, aquela velha sensação de que, no Brasil, as obras demoram muito para serem concluídas e, quando terminadas, voltam a apresentar problemas: o Trensurb, por exemplo, recém voltou a funcionar em Porto Alegre e teve de parar, devido a alagamento nas imediações da estação São Pedro. Os trens não funcionaram nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira, somente entre os pontos Farrapos e Novo Hamburgo. A operação por completo só foi estabilizada por volta das 10h, mas já havia gerados transtornos.
E a Usina do Gasômetro? O prédio estava fechado desde novembro de 2017. Com investimento de R$ 20,6 milhões, a obra já durava cinco anos. A reinauguração seria em julho, mas, com a chuvarada de maio, ficou para o final de ano. A retomada ficou, por fim, para a festa da posse dos secretários do prefeito Sebastião Melo, mas veio a chuva de verão do 1º de janeiro de 2025, faltou luz e havia... goteiras no telhado.
Aliás, sobre falta de luz, também um velho conhecido infortúnio dos porto-alegrenses, dois problemas de tirar a paciência: recorrência e desinformação por parte da concessionária.
2025 começou. Feliz ano velho!