Não há, até o momento, evidências de relação entre os três atentados ocorridos nos Estados Unidos nesta semana, mas há um claro sinal de recrudescimento da violência política a poucos dias da posse do presidente eleito Donald Trump.
Na virada do ano, uma picape avançou contra uma multidão que comemorava Réveillon em Nova Orleans, matando 15 pessoas. Em Las Vegas, um veículo Tesla explodiu na entrada de um hotel da rede de Trump. O terceiro ataque: um tiroteio diante de uma casa noturna em Nova York deixou 10 feridos.
A relação de local e instrumento, um carro Tesla, utilizado no ataque em Las Vegas é, por enquanto, o intrigante: um hotel da rede do presidente eleito e um veículo da empresa do bilionário Elon Musk que terá uma cadeira especial na próxima administração.
Três fatos contribuem para o aumento da violência: a polarização visceral entre republicanos (acusados de serem fascistas pelos rivais) e democratas (considerados comunistas pelos adversários); o acesso facilitado a armas e a desinformação nas redes sociais. Em um país no qual quatro presidentes foram assassinados ao longo da história (Abraham Lincoln, em 1865; James Garfield, em 1881; William McKinley, em 1901; e John F. Kennedy, em 1963), que viveu o maior ataque à democracia, em 6 de janeiro de 2021; e após um atentado que pouco não matou um candidato (Trump), o mínimo que se pode esperar, infelizmente, é de semanas tensas até o dia 20.