Foi uma avalanche, ou, como estão dizendo os americanos, uma tempestade de votos. Donald Trump volta à Casa Branca depois de um hiato de quatro anos de gestão democrata. Sua vitória foi mais rápida e mais avassaladora do que previam as pesquisas e os analistas.
Como foi construída: a tradição na política americana, não adianta ganhar em muitos Estados, é preciso ganhar certo. Trump ganhou em muitos e certos.
Seu triunfo se deve, principalmente, a duas regiões fundamentais do território americano, o Rost Belt (Cinturão da Ferrugem) e o Sunny Belt (Cinturão do Sol). No primeiro, Trump só não venceu em Illinois. Levou Indiana, Ohio, Wisconsin, Pensilvânia e Michigan. Nesses três últimos Joe Biden havia vencido em 2020.
No Cinturão do Sol, a faixa sul do território americano, o republicano também foi avassalador: levou do Texas à Flórida, passando pela decisiva Geórgia, onde os democratas também tinham vencido quatro anos atrás. Dos swing states (Estados-pêndulos), ele só não ganhou na Virgínia, onde Kamala Harris ficou na frente com diferença de cinco pontos percentuais. A democrata também vai perder no Arizona e no Nevada, outros dois Estados que foram fundamentais para Biden em 2020.
Não foi uma tempestade Trump que varreu a América. Foi uma tempestade republicana. O partido leva também o Senado e a Câmara dos Deputados.
Como se vê, algo mudou nos Estados Unidos nos últimos quatro anos. Nessas regiões, o comportamento do eleitor foi bem diferente. A economia falou mais alto - a perda de poder aquisitivo, a inflação alta transformaram o pleito do dia 5 de novembro de 2024 em um referendo sobre a gestão democrata. O americano votou com o bolso.