O jornalista Vitor Netto colabora com o colunista Rodrigo Lopes, titular deste espaço.
Os hermanos argentinos se despediram, no início da semana, do jornalista Jorge Lanata, um dos mais renomados do país. Lanata, como era conhecido, faleceu na segunda-feira (30) aos 64 anos, em Buenos Aires.
O jornalista argentino estava internado desde junho, após sofrer um infarto. Ele apresentou complicações que desencadearam uma pneumonia.
Em 1987, Lanata fundou o jornal Página 12, veículo que comandou até 1994. O periódico ganhou destaque ao publicar investigações sobre casos de corrupção principalmente durante o governo do ex-presidente argentino Carlos Menem (1989-1999).
O jornalista era conhecido por ácidas críticas aos políticos, com comentários duros principalmente aos titulares da Casa Rosada, a presidência argentina.
Durante os mandatos de Néstor (2003-2007) e Cristina Kirchner (2007-2015), Lanata também investigou casos de corrupção envolvendo o casal, o que resultou no livro "A Década Perdida", de sua autoria.
Nos últimos anos, também foi colunista do jornal Clarín e recentemente apresentava um programa na Rádio Mitre, o "Lanata sin filtro".
No primeiro programa após sua morte, a apresentadora Jesica Bossi afirmou:
— Ele voltou, fez o programa até o dia 13 de junho e, desde então, ficamos 199 dias esperando ele retornar novamente. E hoje fazemos o último "Lanata Sin Filtro", com a certeza de que nunca mais voltará. E a tristeza (é tão grande) que não cabe no corpo de cada um de nós.