Sabe-se que Israel não tolera a perda de seus homens e mulheres que compõem as Forças de Defesa, o nome oficial das forças armadas israelenses. A ponto de, em 2006, deflagrar a invasão do sul do Líbano, depois que o Hezbollah sequestrou dois de seus soldados.
O preço é alto. Naquele caso, a guerra durou 33 dias, e o desfecho é considerado um empate: Israel recuou do território e a guerrilha terrorista entregou os dois soldados - dentro de caixões.
Por todo esse fantasma do passado é importante atentar para a principal notícia desta quarta-feira (2) até agora. Israel acaba de confirmar a morte de oito militares nas operações do sul do Líbano. Todos têm entre 21 e 23 anos, e foram mortos em combate durante tiroteio com membros do Hezbollah em uma vila.
"As Forças Armadas anunciaram que mais sete soldados morreram", disse o exército em um comunicado depois de anunciar anteriormente a sua primeira baixa no Líbano.
Outro oficial e quatro soldados ficaram gravemente feridos no mesmo incidente.
Os dois lados intensificaram os confrontos, menos de 12 horas depois de o Irã ter lançado o maior ataque da histórica contra Israel. O governo Benjamin Netanyahu afirma que o Irã vai pagar caro pelo ataque de ontem com mísseis balísticos. Segundo autoridades israelenses, essa reação demonstrará a capacidade de "surpresa" e "precisão" do país.
O chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel, Tenente-General Herzi Halevi, disse que as Forças de Defesa de Israel (FDI) responderiam com "capacidades ofensivas precisas e surpreendentes" o ataque iraniano.
— Demonstramos nossa capacidade de impedir que o inimigo alcance sucesso, através da combinação de um comportamento civil exemplar e um sistema de defesa aérea muito forte. Escolheremos quando cobrar o preço e exibir nossas capacidades ofensivas precisas e surpreendentes, de acordo com a orientação do gabinete político— disse Halevi.
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, afirmou que a operação militar contra Israel foi concluída, exceto se houver retaliação. Ele também mencionou que a ação foi um exercício legítimo do direito de autodefesa do Irã.
Reunião do Conselho de Segurança
O secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou, em reunião do Conselho de Segurança, o "ciclo repugnante" de violência no Oriente Médio, que está "à beira do abismo" após os ataques iranianos contra Israel.
Em uma reunião de emergência dos 15 Estados membros do Conselho – com a presença de Israel, Líbano e Irã –, Guterres condenou "energicamente o ataque massivo com mísseis do Irã contra Israel", depois que as autoridades israelenses o declararam "persona non grata" em seu território por não ter manifestado essa condenação na noite de terça-feira.