Israel está preparando uma resposta ao ataque realizado pelo Irã na terça-feira (1º), quando cerca de 200 mísseis balísticos foram lançados contra o solo israelense, atingindo áreas próximas a cidades importantes como Tel Aviv e Jerusalém. Segundo autoridades israelenses, essa reação demonstrará a capacidade de "surpresa" e "precisão" do país. O Conselho de Segurança da ONU se reúne nesta quarta-feira (2) para debater a crise no Oriente Médio.
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, afirmou que a operação militar contra Israel foi concluída, exceto se houver retaliação. Ele também mencionou que a ação foi um exercício legítimo do direito de autodefesa do Irã.
O chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel, Tenente-General Herzi Halevi, disse que as Forças de Defesa de Israel (FDI) responderiam com "capacidades ofensivas precisas e surpreendentes" o ataque iraniano.
— Demonstramos nossa capacidade de impedir que o inimigo alcance sucesso, através da combinação de um comportamento civil exemplar e um sistema de defesa aérea muito forte. Escolheremos quando cobrar o preço e exibir nossas capacidades ofensivas precisas e surpreendentes, de acordo com a orientação do gabinete político— disse Halevi.
O porta-voz das FDI, Contra-Almirante Daniel Hagari, afirmou em um briefing com a mídia estrangeira que, "decidiremos a maneira da resposta - quando, onde e como."
Os conflitos entre Israel e o Hezbollah continuam no Líbano, com relatos de ataques aéreos em Beirute e no sul do país. No norte de Israel, sirenes de alerta soaram em cidades como Safed, Yir'on e Avivim.
Ainda nesta quarta-feira, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, declarou o secretário-geral da ONU, António Guterres, "persona non grata", proibindo sua entrada no país. Katz justificou a medida pela recusa de Guterres em condenar "de forma clara" os ataques iranianos ocorridos na terça-feira.
Após o ataque de terça-feira, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, descreveu a ação como um "grande erro" e garantiu que o Irã "pagará" por suas ações.
Diversos países, incluindo Estados Unidos, Reino Unido e França, condenaram o ataque iraniano, pedindo moderação e a redução das tensões no Oriente Médio.
O Ministério das Relações Exteriores do Irã apelou ao Conselho de Segurança da ONU para que tome "medidas efetivas" a fim de evitar ameaças à paz e segurança da região. A reunião está marcada para as 11h, horário de Brasília. Em resposta, o governo iraniano afirmou que qualquer retaliação israelense resultará em uma resposta "devastadora", causando "destruição significativa" às infraestruturas de Israel.
Programa nuclear
O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett defendeu a destruição do programa nuclear iraniano, aproveitando a situação aberta.
"Devemos agir agora para destruir o programa nuclear iraniano e as suas instalações centrais de energia, e desferir um golpe fatal neste regime terrorista. Temos a justificativa. Temos as ferramentas. Agora que o Hezbollah e o Hamas estão paralisados, o Irã está exposto", escreveu na sua conta X.
Paralelamente, o exército de Israel voltou a bombardear nesta quarta-feira o sul de Beirute, reduto do Hezbollah, a milícia armada que abriu uma frente na fronteira com Israel em apoio ao seu aliado Hamas, que governa a Faixa de Gaza.