Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, pareceu ser outra pessoa ao discursar nesta terça-feira (9) no aniversário de 75 anos da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Diferente daquele Biden vacilante, abatido, com problemas na fala e até de raciocínio no primeiro debate presidencial no dia 27 do mês passado, agora o americano se mostrou vívido, enérgico, com voz firme e capaz até mesmo de criar esperanças aos democratas.
Depois de ter rejeitado em várias ocasiões a possibilidade de abandonar a corrida presidencial, Biden deve até o final da semana cumprir uma agenda extensa na tentativa de convencer os doadores e eleitores de que está firme e forte para enfrentar Trump. Nesta quarta-feira (10), ele estará em um evento com sindicalistas em Washington e, na quinta-feira (11), participa de uma entrevista coletiva na casa Branca — algo que fez muito pouco durante o mandato. Nesta sexta-feira (12), irá a Detroit, no Michigan, um dos campos de batalha que costumam ajudar a decidir a eleição.
Um fato não se nega: Biden tem 81 anos e vem demonstrando o peso da idade durante a sua segunda corrida eleitoral. Na segunda-feira (8), a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, teve uma discussão com jornalistas ao ser questionada sobre a frequência que o médico Kevin Cannard — especialista em Parkinson — foi à residência presidencial em oito meses, como revelou reportagem do The New York Times, citando oito consultas. A porta-voz rebateu, afirmando que Biden se consultou com um neurologista apenas três vezes durante seu período na presidência.