Por trás dos lindos cartões-postais, como a Torre Eiffell, o Louvre, o Arco do Triunfo e a Notre-Dame, e escondida atrás dos discursos oficiais, a Olimpíada na França exibe uma grande preocupação com a segurança.
Os atos de sabotagem contra as estruturas ferroviárias, que paralisaram os trens de alta velocidade, ao que parecem, são ações de inimigos internos. Ou seja, sem relação com o terrorismo internacional e muito menos de caráter fundamentalista islâmico.
Mas a verdade é que Paris, no coração da Europa, ainda não se recuperou do temor - e talvez isso nunca ocorra -, de uma repetição dos atentados extremistas de 2015, que começaram no Stade de France e se espalharam pelas ruas da região da République, culminando na invasão do Bataclán.
Sete pessoas que foram detidas na Bélgica na quinta-feira (25) sob suspeita de terrorismo após a polícia realizar buscas em residências. Essa ação preventiva está relacionada aos atentados de 2015. A Bélgica em geral e Bruxelas, em particular, são um ninho de terroristas - foi lá que foram gestadas as ações daquele ano.
Realizar a cerimônia de abertura ao longo do Rio Sena envolve ousadia e um grande plano de segurança. O fato de ser em uma região aberta - e não em um estádio, por exemplo, - expõe público, atletas e autoridades a um grande risco.
O espaço aéreo de Paris está fechado em um raio de 150 quilômetros. Em terra, 45 mil policiais e soldados da França e de outros 43 países.
Além da turbulência interna, envolvendo aspectos da política no governo Emmanuel Macron, as ameaças do terrorismo islâmico, e as tensões globais, como a guerra na Ucrânia e entre Israel e Hamas, acrescentam, infelizmente, uma dose de tensão, a uma festa que deveria ser apenas de confraternização.