Como se a Argentina não tivesse seus sérios problemas, chama atenção a ferocidade do presidente Javier Milei em relação ao governo Lula. O presidente vizinho aproveitou a manifestação de Jair Bolsonaro na Avenida Paulista, no domingo (25), para deflagrar uma saraivada de postagens contra o brasileiro, acusando-o de ser "pró-Hamas" e criticando o que chama de "autoritarismo de Lula".
Em seu perfil no X (ex-Twitter), Milei republicou vídeos compartilhados na internet por jornalistas e manifestantes presentes no evento. Um deles é de Santiago Abascal, do Vox, partido de extrema direita espanhol, outro é de Eduardo Menoni, que se intitula jornalista e analista político, fundador do Libertad Media, um site de direita. Entre as postagens, o influenciador cita por exemplo o ditador Augusto Pinochet: "Si apoyas la mano dura al estilo Agusto Pinochet que salvó a Chile del comunismo de Salvador Allende".
Coube à presidente do PT, Gleisi Hoffmann, rebater, também via redes, as críticas, dizendo que Milei faz "molecagens" ao compartilhar “mentiras” sobre Lula.
As relações entre os governos de Brasil e Argentina estão estremecidas desde que Milei assumiu. O argentino, que na campanha vinha se identificando como libertário, cada vez mais tem buscado relações com o movimento alt-right (direita alternativa) americano. Nesta semana, ele participa da Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), o principal encontro conservador dos EUA, em Maryland, nos EUA. No domingo (25), mesmo dia do evento de Bolsonaro na Paulista, ele se encontrou com o ex-presidente Donald Trump. O americano afirmou para Milei "Make Argentina Great Again", em referência ao seu slogan, ao que o presidente argentino respondeu com sua frase característica: "Viva a liberdade, carajo!".
Veja algumas mensagens que Milei compartilhou na rede social X (ex-Twitter) sobre Lula, o Brasil e Bolsonaro.