Vladimir Putin conseguiu que um dos países mais pacíficos do mundo, a Suécia, ingressasse na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Nesta segunda-feira (26), o último obstáculo à entrada do país nórdico na aliança militar foi superado, com aprovação do pedido pelo parlamento da Hungria.
Para que um país ingresse na Otan a aprovação precisa ser por unanimidade - ou seja, todos os 31 membros têm dar o aval à entrada.
A invasão da Ucrânia pela Rússia, um ano atrás, mexeu com os maiores temores da Europa, que vem, gradualmente, aumentando seus investimentos em Defesa. Até pouco tempo atrás, fazer com que os membros da Otan elevassem o percentual do PIB aplicado em Forças Armadas e indústria bélica, era algo difícil. Hoje, 18 países, dos 31 aliados, prometem fazer o tema de casa este ano - garantir os 2% do PIB em Defesa.
A entrada da Suécia na Otan blinda uma das últimas fronteiras vulneráveis à Rússia: o Mar Báltico. Com exceção da costa da Rússia e Kaliningrado (exclave russo entre a Polônia e a Lituânia), todo o resto será da Otan. Vale lembrar que um ataque contra um membro, pelo artigo 5º da aliança, é considerado um ataque contra todos.
O ingresso da Suécia fecha um ciclo iniciado pela entrada da Finlândia, outro país historicamente pacífico, que aderiu ao clube militar em 4 de abril do ano passad.
Se, ao plantar guerra, Putin desejava barrar a expansão da Otan, colheu o contrário. A entrada da Finlândia, por exemplo, praticamente dobrou a extensão da fronteira da aliança militar com a Rússia, adicionando cerca de 1,3 mil quilômetros ao escopo do clube ocidental.