Após a divulgação pelo jornalista Bruno Pancot e da colunista Rosane de Oliveira segundo os quais a Brigada Militar (BM) deixará o Presídio Central, em Porto Alegre, encerrando 28 anos de uma intervenção que deveria ser temporária, a coluna questionou a Secretaria Estadual de Segurança Pública sobre quantos policiais militares trocarão o trabalho na cadeia pelas ruas. São cerca de 200.
Ainda conforme a secretaria, esses policiais passaram pelo programa anual de treinamento e capacitação, o que sugere algum tipo de reciclagem para que voltem a atuar no policiamento ostensivo. A secretaria também confirma que a troca da guarda deve se dar em setembro.
A medida emergencial foi determinada em julho de 1995 pelo então governador Antônio Britto. À época, o Presídio Central, hoje Cadeia Pública de Porto Alegre, vivia uma era de motins e revoltas. Um ano antes, havia ocorrido o episódio da fuga e perseguição pelas ruas da Capital, que culminou na invasão do Hotel Plaza São Rafael, em uma noite de desespero pela cidade.
Entre aquele episódio e a entrada da BM no Central, ZH contabilizou sete motins. A intervenção que deveria durar seis meses se estendeu por quase 30 anos.
O trabalho da BM no Central foi exemplar, tanto que a medida foi estendida para a a Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc), a Penitenciária Estadual de Charqueadas (PEC) e a Penitenciária Estadual do Jacuí (PEJ) . Com a saída dos PMs do Central, apenas a PEJ continuará com policiais militares. Lá, estão lotados 310 policiais militares.
A secretaria trabalha com a previsão de passar o controle da prisão para agentes penitenciários, liberando os PMs, até o início do ano. Se tudo der certo, somando-se os 200 PMs do Central e os 205 da PEJ, os gaúchos ganharão 405 novos homens e mulheres no policiamento ostensivo a partir de 2024.
Acerta o governo. Lugar de policial militar é na rua protegendo a população, e não nos presídios.