Nas palavras de uma fonte ligada ao partido, a sensação não só por parte da senadora Simone Tebet, que aceitou o convite do presidente eleito para comandar o Planejamento, mas também de um grupo de gaúchos que atuou na estruturação e redação de seu programa de governo, é de que "o PT não entendeu que quem ganhou a eleição foi a Frente Ampla, e não o partido".
A ausência de Tebet na cerimônia de diplomação de Lula, em 12 de fevereiro, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília, não foi por acaso: reflete a insatisfação com a postura do Lula desde que venceu o segundo turno. Além disso, pegou mal o fato de o presidente eleito ter deixado a senadora para a última leva de nomeações e só ter oferecido o Planejamento depois que o economista André Lara Resende, integrante do grupo de transição na área econômica, recusou o ministério.
Outro embate será sobre o escopo de Tebet como futura ministra do Planejamento. Qual será seu real poder. O pano de fundo, segundo fontes, é a antiga rivalidade no PT entre Fernando Haddad e a presidente do partido, Gleisi Hoffmann.
O futuro ministro da Fazenda quer dar o mínimo poder possível para Tebet, e Gleisi defende que os pedidos dela sejam contemplados pela diferença que seu apoio fez no segundo turno e pela representatividade feminina.