Na corrida pela imunização contra a covid-19, há quatro grandes grupos de países: aqueles que estão no topo do ranking, como Israel, que já vacinou toda a população com ao menos uma dose e já passou da metade com a segunda; e Emirados Árabes Unidos, que caminha para completar a primeira fase (aplicou 83 doses para cem habitantes).
Há aqueles que estão bem avançados, mas em um segundo patamar, como o Chile (53,26 doses para cem habitantes), Reino Unido (50,85) e mais recentemente Estados Unidos (44,13). No terceiro nível, encontram-se as nações onde o processo patina - aqui, encontram-se a maioria dos países, como o Brasil (8,57 doses por cem habitantes), todos os 27 da União Europeia (UE) e inclusive algumas nações desenvolvidas da Ásia, como Japão e Coreia do Sul, e Oceania, como Austrália e Nova Zelândia - sem falar de países produtores de vacina, como Rússia, China e Índia.
Mas há um quarto nível, quase sempre pouco lembrado, de nações onde a vacinação nem começou. A África é um grande vazio no mapa da Universidade de Oxford, utilizado pela coluna para monitorar a situação da imunização no planeta. No continente de 54 nações, apenas 18 registram algum percentual de vacinação. Isso significa que em 36 deles nenhum braço sequer recebeu uma dose de imunizante. A região depende, em grande parte, da Covax Facility, iniciativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), que comprou alguns lotes de laboratórios a fim de distribuí-los para nações pobres do mundo.
No Oriente Médio e na Ásia, também há grandes espaços em branco no mapa. Em alguns casos, países em guerra, como Síria e Iêmen, ou sob ditaduras, como a Coreia do Norte. No Pacífico, pequenas nações insulares também não registram dados.
Na Europa, apenas Bósnia e Kosovo não registram dados.
Aqui na América Latina, Nicarágua não registra dados no monitor de Oxford, mas sabe-se que o país começou a aplicar a vacina russa Sputnik V em 2 de março. Na primeira fase, receberam a dose pessoas com doenças crônicas renais, um problema crescente no país. No dia 22, começou a imunização de pessoas com diabetes, doenças cardíacas e câncer.
Em Cuba, a vacinação só deve começar em junho. O país tenta desenvolver o próprio imunizante - quatro estão em testes. Um deles está sendo aplicado em 124 mil trabalhadores da área da saúde.