No início da pandemia de coronavírus, o micriobiologista francês Didier Raoult se tornou mundialmente conhecido por propagar que a cloroquina seria o tratamento adequado contra a covid-19. Com seu experimento polêmico, por não respeitar padrões internacionais, ele adquiriu não apenas fama, mas seguidores mundo afora, que passaram a defender o uso da substância, ainda que não houvesse comprovação científica.
Agora, o dr. Cloroquina, como passou a ser chamado pela imprensa francesa, admitiu, pela primeira vez, que o medicamento não reduz as mortes por covid-19.
Em texto publicado no site do Centro Nacional de Informações sobre Biotecnologia, da França, ele também reconheceu que a substância não diminui a necessidade de UTI e dos pacientes de precisarem de oxigênio.
"As necessidades de oxigenoterapia, a transferência para UTI e o óbito não diferiram significativamente entre os pacientes que receberam hidroxicloroquina com ou sem azitromicina e os controles feitos apenas com tratamento padrão", escreveu o médico.
Em março, quando ele passou a defender o estudo que supostamente comprovava a eficácia da hidroxicloroquina, o médico foi criticado por colegas e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Em dezembro, o Conselho Nacional da Ordem dos Médicos da França abriu um processo de investigação contra Raoult. No texto agora divulgado, apesar de reconhecer que o tratamento não traz grandes vantagens, ele insiste que o tempo de internação dos pacientes tratados com hidroxicloroquina e azitromicina foi menor.
Leia o texto de Didier Raoul na íntegra, em inglês, aqui.