Equivoca-se o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, ao reivindicar "o grande projeto" da nova estação brasileira na Antártica para o governo do presidente Jair Bolsonaro.
Não é verdade. Destruída pelo incêndio em fevereiro de 2012, a estrutura é obra de três governos: começou a ser construída no mandato de Dilma Rousseff, seguiu com Michel Temer e será inaugurada durante a gestão de Bolsonaro.
A licitação para empresas interessadas foi aberta em 2013, durante o governo do PT. Não houve empresas nacionais interessadas. Nova tentativa foi feita para atrair companhias estrangeiras. Em 2015, a estatal chinesa China Electronics Import and Export Corporation (Ceiec) saiu vencedora e assinou o contrato com o governo brasileiro.
As obras começaram no início de 2016, durante o mandato de Temer. O atual governo foi responsável apenas pela etapa final da empreitada, quando praticamente toda a estrutura já estava pronta. Coube à atual gestão a finalização da obra, preenchimento dos laboratórios com equipamentos e acabamentos.
Estive na Antártica em janeiro de 2018 para conhecer a nova estrutura. Mais de 70% da estação estava pronta. Em março de 2019, quando Bolsonaro fechava três meses de governo, toda a estação já estava finalizada. Mas decidiu-se adiar por quase um ano a inauguração para que os equipamentos fossem colocados nos laboratórios e a estrutura fosse testada durante o rigoroso inverno antártico.
O custo total da obra é de US$ 99,6 milhões. A estrutura seria reinaugurada nesta terça-feira (14), mas a cerimônia foi adiada para quarta-feira (15) em razão do mau tempo.