Após duas semanas retida em um centro de detenção para imigrantes ilegais, a estudante gaúcha de 17 anos que havia sido retirada do carro da família na fronteira entre o México e os Estados Unidos foi libertada na manhã desta sexta-feira (30). Foram duas semanas de angústia para os pais, que vivem em Cachoeira do Sul.
— Tirei uma tonelada das minhas costas quando vi a foto dela com meu irmão fora do abrigo — contou o pai, o auditor fiscal da Receita estadual, Marcelo Neto, 51 anos.
A jovem (GaúchaZH não publica o nome da garota por ser menor) foi retida no dia 15 quando voltava de um passeio no México acompanhada de um tio, que vive nos Estados Unidos. O veículo foi parado no posto de Progreso, fronteira com a cidade mexicana de Nuevo Progreso.
Segundo a família, ela passava férias na casa do tio, brasileiro com cidadania americana. Ela chegou aos Estados Unidos no final de fevereiro, com visto de turista.
As autoridades americanas alegaram irregularidades no documento da jovem. Do Texas, ela foi levada para um centro de detenção de ilegais em Chicago, Estado de Illinois, a mais de 2 mil quilômetros do local da retenção. Lá, ficou retida durante duas semanas, com acesso restrito a telefonemas dos pais, no Brasil, e sem documentos.
Ela só foi liberada graças à intervenção do Itamaraty e depois de iniciado um processo de deportação voluntária dos EUA. A estudante deixou o centro de detenção nesta sexta-feira e foi entregue ao tio, que se deslocou de Houston, no Texas, até Chicago.
— Ela está surpresa, assustada, mas feliz — disse o pai, acrescentando que a filha está bem física e mentalmente. — Ela foi bem tratada.
A jovem aguardará o fim do processo de deportação com a família em Houston. O pai acredita que a viagem para o Brasil deve ocorrer entre três e quatro semanas.