Objetos diferentes fazem parte dos comícios na Venezuela. Enquanto Juan Guaidó discursava, um homem segurava um esqueleto de papel onde se lia: "passamos fome". Outra senhora tinha uma pipa nas mãos: "Venezuela unida será livre".
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Duas horas na fila. Este era o tempo que os venezuelanos levavam para conseguir um chip de celular em uma loja no shopping El Recreo. Só o chip. Nos estabelecimentos ao lado, que vendem aparelhos, não havia produtos nas prateleiras. Nas farmácias, era difícil encontrar analgésico para uma simples dor de cabeça.
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Caracas, uma cidade normalmente bastante militarizada, tem policiais e homens das forças armadas por vários quarteirões da região central. Um morador, crítico de Maduro, comenta que muitos estão sem dormir desde a quarta-feira, dia das manifestações. Basta olhar o comportamento displicente de muitos deles para constatar que o cansaço abateu a tropa.
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O voo da Copa Airlines entre a Cidade do Panamá e Caracas tinha menos da metade da cabine ocupada. A companhia decidiu atrasar a decolagem em quatro horas. A explicação oficial veio pelos alto-falantes: "problemas políticos e sociais na Venezuela". Em seguida, funcionários explicaram que, por razões de segurança, a empresa decidiu que o pouso só ocorreria ao amanhecer da sexta-feira.
– Queremos evitar que o avião pouse durante a madrugada e que os passageiros tenham de sair a essa hora – disse uma representante da empresa.