O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e o autoproclamado presidente interino, o opositor Juan Guaidó, intensificarão nesta sexta-feira (25) a ofensiva pelo poder, em meio a uma mobilização internacional sobre a crise no país.
Depois de receber na quinta-feira (24) o apoio decisivo das Forças Armadas, Maduro terá um encontro nesta sexta-feira com a imprensa nacional e estrangeira para intensificar as denúncias do que chama de "golpe de Estado" em marcha, orquestrado por Washington.
O procurador-geral, Tarek William Saab, também fará um discurso nesta sexta sobre a ordem do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) para a abertura de uma investigação penal sobre o Parlamento de maioria opositora, acusado de "usurpar" as funções de Maduro.
Guaidó, presidente do Parlamento que proclamou ser o governante do país na quarta-feira, declarou na quinta-feira à noite, em uma entrevista ao canal Univisión, que em breve serão anunciadas ações para sábado e domingo.
— Vamos seguir adiante para obter o fim da usurpação, um governo de transição e eleições livres — afirmou, de um local de Caracas não revelado.
Ele pediu aos venezuelanos que prossigam com os protestos, que em quatro dias de distúrbios deixaram 26 mortos.
Guaidó se autoproclamou presidente invocando o artigo 233 da Constituição, que aponta um vácuo de poder em caso de renúncia, incapacidade mental, morte do presidente ou abandono de cargo, o ponto polêmico que foi declarado pelo Congresso em 2017, embora suas decisões tenham sido consideradas nulas pelo TSJ.
— Há perigos que advêm de governos paralelos — advertiu Michael Shifter, do Diálogo Interamericano.