O presidente Donald Trump justificou sua decisão de retirar as tropas americanas da Síria com a “derrota” do grupo extremista Estado Islâmico (EI). Mas a organização foi realmente derrotada militarmente no país?
A resposta é não.
O grupo está mais fraco, mas ainda atuante. Após ter conquistado em 2014 importantes territórios na Síria, o grupo sofreu sérios abalos nos últimos anos. Está agora confinado a alguns bolsões no leste do país e no deserto que se estende do centro do país até a fronteira com o Iraque. Mas continua mantendo sua capacidade de atacar, como demonstram vários atentados na Síria nos últimos meses.
O EI dispõe de um grande número de células adormecidas a partir das quais os combatentes realizam atentados suicidas em cidades e outras regiões reconquistadas por seus adversários na Síria. Em Raqqa, ex-capital do falso “califado”, persiste o medo de uma infiltração dos jihadistas. Essas células constituem uma espécie de exército alternativo.
Os golpes desferidos contra o EI também não impediram atentados praticados pelo grupo no Exterior, em especial em países-membros da coalizão internacional que atua na Síria desde 2014. Foi o caso do ataque em 11 de dezembro contra uma feira de Natal em Estrasburgo (leste da França), que deixou cinco mortos e foi reivindicado pelo grupo jihadista.