Um grupo de profissionais do jornal El Comércio, o principal diário do Equador, está morto. Eles estavam em poder de sequestradores que pertencem a uma organização dissidente das Farc, a guerrilha Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia cujos membros oficiais obedecem a um acordo de paz com o governo.
O repórter Javier Ortega, 32 anos, o fotógrafo Paúl Rivas, 45, e o motorista Efraín Segarra, 60, haviam sido sequestrados no final de março na região de Mataje, na fronteira entre Equador e Colômbia.
Esse grupo de sequestradores é comandado por Walter Artízala, conhecido com "Gaucho". Por meio de outra organização dissidente, a Frente Oliver Sinisterra, os guerrilheiros acusaram o governo de não querer salvar os reféns: "Informamos a opinião pública e os parentes dos três sequestrados equatorianos que o governo do Equador e o ministro da Colômbia não quiseram salvar a vida dos três".
Os representantes oficiais das Farc e o governo divergem sobre o acordo de paz com frequência. A negociação, em novembro de 2016, pôs fim a meio século de guerra civil no país latino-americano. Mas o sequestro por esse grupo dissidente mostra que, internamente, há rachas no movimento — nem todos concordam com a paz. Mais do que isso: revela a atuação de grupos guerrilheiros além das fronteiras.
Abaixo, vídeo do jornal El Universo, sobre o caso: