Antes de desembarcar nos EUA, o presidente francês, Emmanuel Macron, mandou um recado a Donald Trump. Em entrevista à emissora Fox News Sunday, na noite de domingo, afirmou:
– Não se pode fazer uma guerra comercial com seus aliados. É complicado demais. Se você faz guerra contra todos, você faz uma guerra comercial contra a China e contra a União Europeia, uma guerra na Síria, uma guerra contra o Irã, vamos, isso não funciona. Você precisa de aliados.
Por que você deve prestar atenção na viagem de Macron a Washington:
— O presidente francês tem despontado como o novo líder da União Europeia, disputando atenção e influência da chanceler alemã, Angela Merkel.
— O poder de Macron ficou muito claro nos preparativos do ataque do Ocidente à Síria, no dia 14. Embora o Reino Unido seja aliado tradicional dos EUA em aventuras bélicas, desta vez, a França cerrou fileiras com Trump. Macron, antes de todos os líderes, foi o primeiro a vir a público afirmar ter provas de que o governo de Bashar al-Assad teria usado armas químicas contra a população.
— Não deixa de ser inesperada conexão entre Trump e Macron. Um dos primeiros atos do americano ao chegar à Casa Branca foi romper com o Acordo de Paris, firmado na capital francesa.
— A missão de Macron: pressionar Trump a isentar a União Europeia permanentemente de tarifas sobre importações de aço e alumínio, suspensas até 1º de maio. Também no dia 12 vence o prazo para renovar o acordo nuclear com o Irã — algo que o governo americano já disse que não irá fazer. O pacto foi uma das conquistas da administração Barack Obama: o fim das sanções em troca de o Irã abrir mão de seu programa nuclear. Trump argumenta que o acordo não serviu para frear a escalada iraniana nem a estabilidade do Oriente Médio. Macron quer convencer Trump do contrário.