Nem mais, nem menos. O Roger Machado histórico estava na Arena na tarde quente de sábado, e, com ele, o Grêmio jogou muito e fez 4 a 0. Alguém poderá dizer que foi sobre o São Luiz, de Ijuí, mas eu lembro que contra times mais modestos o Tricolor deu dor de barriga nos torcedores. Como poucos, Roger sabe montar um time com qualidade.
Aquele Grêmio de sábado nem parecia a equipe não apenas do Vagner Mancini, mas do Renato, do Tiago Nunes e do Felipão. Com todos estes profissionais, o time jogou muito menos do que na estreia de Roger. Estou preparado para ver uma grande arrancada do time, um futebol qualificado, leve e ofensivo. Este é o Roger.
Aliás, na primeira vez que ele foi cogitado para ser técnico, as duas primeiras manifestações de apoio surgiram do Tinga e de mim. Lembro que o Grêmio pensava em Doriva, que fazia boa campanha no Vasco — o que rendeu desaforos de Eurico Miranda para Romildo Bolzan.
Agora vamos à segunda parte: em todos os times que passou e arrancou bem, Roger, depois de determinado tempo, afundou. Se conseguir levar o Grêmio até o final do ano liderando a Série B, eu vou dizer que ele mudou. Torço muito, por ele e pelo Grêmio.
VOLANTE — Roger não abre mão do primeiro volante. Ele jogou muitos anos ao lado de Dinho nesta posição e sabe bem o quanto ela é necessária para proteção e tranquilidade dos zagueiros. Os apressados dirão que ele não colocou Lucas Silva e não colocaria Tiago Santos.
Mas para a função tinha Villasanti. Ele foi terminantemente proibido de passar do meio-campo — ou seja, deveria ser o primeiro volante. Quanto a esta escolha, ela faz parte da função do treinador. Ele tem os jogadores e escala, segundo ele, os melhores.
Mas a função não está extinta no time do Roger. Tiago Santos e Lucas Silva precisam provar que são melhores do que o paraguaio. Se conseguirem, jogam.