O que mais se discute nestes dias é o modelo de futebol que foi trazido pelo treinador Miguel Ángel Ramírez e recebido como solução importante pela direção do Inter, o que foi deixado claro na entrevista pós-jogo do presidente Alessandro Barcellos.
Trata-se de desmanchar a estrutura que foi conduzida por Abel Braga, que levou o Inter ao vice-campeonato brasileiro, e acrescentar uma forma de jogar, com estruturas táticas diferenciadas, mas que ainda não apareceram. Inevitável a comparação: Abel jogou um Gre-Nal e ganhou. Ramírez jogou três, perdeu dois e empatou um.
O time de Ramírez e seu modelo também não foram bem na Libertadores até agora, ainda que tenha enfrentado adversários fracos. Para mim, os resultados não caracterizam o mais importante.
Por exemplo, Rodrigo Dourado não serve para ser o volante, porque não tem o passe longo. Vejo neste jogador um dos menores problemas do time. Pelo contrário, vejo nele uma solução importante. Ele tem tantas virtude que não ter o passe longo é apenas a caracterização de sua qualidade. É um exímio cabeceador, e é dele o gol colorado no Gre-Nal. É ele quem sai jogando junto com os zagueiros e que coloca o Inter em condições de atacar. É ele que tem personalidade para encarar o adversários nas horas de atritos.
Vejo laterais entrando pelo meio sem ter condições técnicas para isso. Vejo jogadores de qualidade no banco de reservas. Vejo Palacios ser mantido, mesmo que quase nada consiga construir.
Enfim, concluo que o modelo colorado precisa ser repensado entre sua variação tática e a capacidade dos jogadores de executarem tarefas que lhes são propostas.