O empate em 1 a 1 na Arena, ainda que insuficiente para dar a volta da derrota em casa na primeira partida, ao menos amenizou a perda do Gauchão no lado colorado. Ao final da partida que significou o vice-campeonato, o Inter saiu do estádio gremista lamentando o resultado mas garantindo convicção no trabalho de Miguel Ángel Ramírez.
Tanto o treinador quanto o presidente Alessandro Barcellos falaram após o jogo. Os dois tiveram um entendimento parecido: os dois gols levados no Beira-Rio, especialmente o primeiro, oriundo de uma cobrança de falta frontal, quando havia a vantagem colorada, foram a diferença em jogos equilibrados.
Sobre o jogo deste domingo, Ramírez chegou a dizer que a mudança proposta, transformando o meio-campo para um losango e usando dois atacantes centralizados, havia confundido o Grêmio e se afirmou sentir-se confiante para abrir o placar. Mas, de acordo com ele, a expulsão de Yuri Alberto e Rafinha mexeu com o restante do primeiro tempo. Ele também justificou o gol sofrido no último lance do primeiro tempo:
— Imaginei que colocaríamos a bola para a área e depois daquilo terminaria. Mas teve o contra-ataque e saímos atrás.
O empate ainda chegou no segundo tempo, graças ao gol de Rodrigo Dourado, que fez as vezes praticamente de zagueiro, ainda mais que foi acompanhado dos jovens Zé Gabriel e Lucas Ribeiro, já que Cuesta estava lesionado. Até houve bravura, mas faltou força ao Inter para buscar a vitória que levaria aos pênaltis.
E o gosto amargo de não ser campeão, que já havia sido sentido em fevereiro, voltou. A perda do título foi repercutida por Ramírez, que assegurou que não mudará seu planejamento e seu estilo de jogo. Ele criticou o calendário brasileiro, que acavala partidas:
— Aqui não há tempo para perder. Essa derrota, do título, que tivemos nos ajudam a compreender o que queremos propor. Podemos ganhar ou perder, mas precisamos ser fiéis ao que queremos ser, ao que treinamos. Ganhar é, sempre, muito difícil.
O presidente foi na mesma linha. Inclusive, usando uma frase marcante:
— O projeto não é do Miguel Ángel Ramírez, é do Inter. Ele foi contratado para executar esse processo. Que o Inter fosse protagonista, crescesse, não sofresse por 90 minutos jogando por uma bola.
Para a sequência do ano, o Inter já tem a Libertadores na quarta-feira (26), no último jogo da primeira fase, diante do Always Ready. Uma vitória deve bastar para ser primeiro lugar no grupo (vencendo por 1 a 0, só perderia essa condição se o Táchira ganhar do Olimpia, no Paraguai, por sete gols de diferença). O clube está de olho no mercado em busca de reforços, mas esbarra em uma condição:
— O Inter é um clube gigante, está atento ao mercado. Mas todos sabem da dificuldade financeira que temos. Não vamos repetir erros do passado, que é vencer a qualquer custo. Se não acontece, fica para o clube pagar. Queremos ganhar, mas não podemos tirar os pés do chão.
Caras novas, se vierem e quando vierem, serão em negócios que envolvam criatividade ou oportunidade. Resta ver se a urgência dos torcedores aceitará essa situação.