O que estou escrevendo aqui não é informação. Tratam-se somente de deduções pessoais, tentando entender o que aconteceu. Num primeiro momento, Guerrero e seu procurador lançaram nota pública entendendo que o Inter desrespeitava o profissional. Criou-se um clima muito carregado entre todos — jogador, dirigentes e torcida colorada. A quase totalidade das pessoas entendeu que Guerrero foi injusto com o clube que o recebeu no momento mais complicado da sua carreira profissional.
A direção deixou claro, pelas manifestações dos dirigentes, que não gostou nada do que foi dito e publicado. Aconteceram as reuniões, e o clube não abriu mão da multa colocada em contrato. Clube costuma pagar multas contratuais, já jogadores esperam sempre pelo perdão das multas. A direção colorada teria batido pé no recebimento destes valores, e o jogador ficou encurralado. Estamos falando de cerca de R$ 20 milhões — o que, para pessoa física, é muito dinheiro, mesmo que seja milionário como é o caso deste jogador.
Com isso, ele segue jogador do Inter até o final do ano e cumpre seu contrato. Pode assinar pré-contrato dentro de poucos dias, o que certamente fará para continuar sua carreira. Mas não deverá ficar no clube no próximo ano.
A outra questão que deve ter feito os dirigentes exigirem a multa e ficarem com Guerrero é que Yuri Alberto pode ser vendido agora no meio do ano. Esta venda seria o oxigênio financeiro que o clube necessita. Caso se concretize este negócio, o Inter ficaria somente com Galhardo na posição de centroavante.
Tudo isso deve ter sido pensado pelos dirigentes colorados, que, depois de conquistarem o vice-campeonato brasileiro do ano passado, agora pensam em títulos importantes. Esta solução, se verdadeira, é perfeita. Guerrero continua jogando no clube que lhe estendeu a mão, e o Inter não perde qualidade se acontecer a venda de Yuri Alberto.