Renato Portaluppi tem concedido entrevistas em que usa adjetivações que parecem folclóricas, mas que, na realidade, escondem problemas que ele enfrenta para montar o time do Grêmio — e que não pode, ou não deve, manifestar publicamente, sob pena de inviabilizar seu trabalho no clube. Vamos aos problemas para que possamos identificar as razões que determinam que o futebol de encantamento não existe mais:
- O lado direito do Grêmio era formado por Edilson e Ramiro. Ambos saíram. Léo Gomes responde com menos qualidade e o substituto do Ramiro não foi encontrado, no meio de tantas tentativas feitas pelo treinador.
- Artur foi vendido e, mesmo que Mateus Henrique seja muito bom, ainda não é igual ao jogador do Barcelona.
- Maicon não consegue jogar uma partida inteira por problemas físicos.
- Luan sumiu como jogador de futebol. O Grêmio espera sua recuperação, as informações que vem da Arena dão conta de que ele está querendo voltar com tudo. Por enquanto, ele não joga.
- André e Vizeu, juntos, fizeram apenas cinco gols este ano, sendo que a maioria no Gauchão.
- O grande investimento feito na contratação de Tardelli ainda não rendeu retorno técnico.
- Renato não tem zagueiros para escalar e se obriga a improvisar Michel na posição.
- Os reforços contratados este ano não trouxeram resultados técnicos importantes para o time.
É claro que o treinador não pode externar estes fatos nas suas entrevistas. Se reclama por falta de contratações, bate de frente com a direção do clube. Se dá a real nas entrevistas sobre as dificuldades dos jogadores, perde o grupo. Por isso, Renato encontra saída em expressões do tipo "deu mole", " cornetinhas ", etc.
Cabe ao treinador e à direção a busca por soluções práticas. Falo em contratação de jogadores, em recuperação física de outros, comportamento profissional de jogadores que possam estar fazendo muitas festas e se preparando pouco, tudo isso sem externar, claramente, em entrevistas.
O Grêmio passou na Libertadores para as oitavas de final, mas sabemos que não foi bem. Também não foi bem contra o Juventude, mesmo que tenha trazido a decisão para a Arena, com amplo favoritismo na Copa do Brasil. Já no Brasileirão, a participação gremista é lamentável.