Começa a ganhar corpo a intenção – não só do governo, mas também de uma empresa privada – de reativar o aeromóvel do Gasômetro. A ideia é transformar o pequeno circuito já existente, com pouco mais de um quilômetro, em uma atração turística cercada por empreendimentos como café e cervejaria.
Para que isso ocorra, a prefeitura pretende conceder à iniciativa privada a Praça Julio Mesquita, onde a estrutura que sustenta os trilhos está instalada. Seria o mesmo modelo de parceria público-privada instituído no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, o Harmonia, administrado desde agosto por um consórcio de empresas que investirá R$ 281 milhões na área em cinco anos.
Segundo a secretária de Parcerias de Porto Alegre, Ana Pellini, está pronto um edital que deve ser lançado na próxima semana. Trata-se de um Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) – em resumo, os interessados em investir na Praça Júlio Mesquita deverão apresentar propostas detalhando seus planos para aquela praça. E o governo vai selecionar o melhor projeto.
É possível, por exemplo, um candidato sugerir a implantação de restaurantes ou equipamentos de lazer, mas a prefeitura exige que os trilhos do aeromóvel também façam parte da proposta. Ou seja: nada impede que o interessado proponha um jardim suspenso, ou qualquer outra coisa que apenas aproveite a antiga estrutura, sem necessariamente prever um meio de transporte no local.
Mas a coluna apurou que a empresa Aeromovel Brasil, dona da tecnologia do aeromovel, pretende apresentar um projeto que inclui a reativação do veículo. Segundo o diretor-executivo da empresa, Marcus Coester, o circuito é muito pequeno para fazer parte do sistema de mobilidade urbana da cidade, mas funcionaria bem "dentro de uma lógica de entretenimento e resgate histórico".
– Temos interesse, sim, em montar um consórcio com outras empresas para oferecer uma solução. Com a possibilidade de explorar toda a praça, fica mais fácil ampliar as receitas necessárias para o empreendimento se viabilizar – avalia Coester.
A Aeromovel Brasil inclusive já havia apresentado à prefeitura, no governo Marchezan, uma ideia de construir estações modernas de embarque e desembarque, com cafeteria e cervejaria embaixo dos trilhos. É hora de resgatar o projeto.