Começa a ganhar forma, ao menos no papel, a nova cara da Rua João Alfredo. Hoje faz dois anos que a via da Cidade Baixa conta com uma espalhafatosa pintura que redesenhou o trânsito no local.
A promessa era de que essa sinalização seria provisória. E, depois que os moradores, motoristas e frequentadores se habituassem à nova configuração – com menos espaço para carros e mais para pedestres –, aí viriam as obras de verdade, com alargamento das calçadas, iluminação renovada, paisagismo, mobiliário urbano e arborização.
As primeiras imagens de como será a João Alfredo foram debatidas nos últimos dias. A Encop Engenharia, que venceu a licitação para fazer o projeto executivo, apresentou algumas projeções à prefeitura – a coluna teve acesso a duas delas. Matheus Ayres, secretário adjunto de Mobilidade Urbana, reforça que as imagens são apenas prévias, esboços de como a rua será.
– Estamos na fase dos estudos complementares. Bastante coisa ainda vai mudar: queremos fazer toda a fiação subterrânea, além de uma proteção especial para as crianças. A ideia também é deixar o aspecto da rua mais colorido, para as pessoas entenderem sensitivamente que estão em um lugar diferente – adianta Matheus.
Contratada em outubro, a Encop Engenharia tem até junho para finalizar o projeto executivo. Depois disso,o governo municipal ainda precisa lançar uma nova licitação para selecionar qual empreiteira vai executar a reforma. A intenção é que a obra comece no final deste ano.
– O porto-alegrense merece voltar para a rua, depois dessa pandemia, em um ambiente muito melhor – diz Matheus Ayres, que coordena a montagem de uma diretoria, na Secretaria de Mobilidade Urbana, dedicada apenas a projetos de renovação de espaços públicos.
O plano da prefeitura, iniciado na gestão Marchezan, é transformar a João Alfredo em um modelo de urbanismo com cara de Primeiro Mundo: com mais áreas de convívio, a meta é qualificar especialmente o uso diurno da via – que, durante o dia, praticamente só recebia carros e, durante a noite, ficou marcada pela baderna. Pelo menos R$ 6 milhões, financiados pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina, serão investidos ali.
O objetivo do governo atual é levar esse conceito de "rua completa" a pelo menos outras cinco vias de Porto Alegre. Na teoria, é uma baita iniciativa. Na prática, tomara que saia do papel.