O projeto que começou em 2019 para tornar a Rua João Alfredo, na Cidade Baixa, uma das 1o "ruas completas" do Brasil, terá no próximo mês o primeiro passo da sua etapa mais complexa. Em 3 de agosto, ocorre a abertura dos envelopes da licitação para a escolha da empresa que fará o projeto executivo da obra de requalificação urbana.
O processo será por tomada de preço. Ou seja: vence quem oferecer os serviços pelo preço mais em conta até o limite de R$ 250,5 mil estipulado pela prefeitura de Porto Alegre. Após um prazo para eventuais recursos, serão 90 dias para a elaboração do projeto executivo. Depois disso, a obra é finalmente licitada. Ou seja: ainda vai demorar um bocado.
Estão assegurados R$ 3 milhões de investimento na via por financiamento do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), a mesma instituição que financiou as obras da revitalização da orla do Guaíba.
De acordo com o secretário municipal de Infraestrutura e Mobilidade Urbana (Smim), Marcelo Gazen, o projeto executivo vai detalhar o alargamento das calçadas, melhorias na iluminação e elementos para promover o convívio harmônico no espaço.
A revitalização começou em 2019 com uma série de sinalizações na via e algumas intervenções paisagísticas (como bancos de concreto e estruturas de madeira) com o objetivo de acalmar o trânsito e tornar a João Alfredo mais aprazível para pedestres. No entanto, a requalificação terá o desafio de reverter uma debandada de estabelecimentos da região que já vinha ocorrendo no ano passado e pode se acentuar com a crise pós-pandemia.
O conceito de ruas completas começou com uma iniciativa da ONG WRI Brasil em parceria com a Frente Nacional de Prefeitos para ser implementado em 10 ruas de 10 grandes cidades Em São Paulo, por exemplo, a via escolhida foi a Rua Joel Carlos Borges, próxima a uma estação de metrô no bairro Brooklin. Após ter os espaços para circulação de pedestres ampliada de 29% para 70% por meio de pintura, sinalização e mobiliário urbano, a rua alcançou um tráfego de 27 pessoas a pé para cada veículo.
Na justificativa da escolha da Rua Alfredo para o projeto, a prefeitura salienta que via abriga sobrados que fazem parte do patrimônio cultural da Cidade Baixa e que no entorno desta via encontram-se cinco escolas, fazendo com que o uso diurno seja prioritariamente de atividades referentes ao perfil residencial, pequenos comércios e serviços locais, enquanto à noite a situação se inverte, ganhando espaço a boemia.