A prefeitura de Porto Alegre quer lançar até o começo de maio o novo edital para revitalização do trecho 2 da orla do Guaíba, entre a Rótula das Cuias e a foz do Arroio Dilúvio. Sem mais a obrigação de erguer uma roda-gigante no local, a licitação deve dar liberdade para o empreendedor apresentar propostas de atrações.
– Ele que vai estabelecer o que é economicamente viável – afirma a secretária municipal de Parcerias, Ana Pellini.
A secretária ventila algumas possibilidades, como a colocação de um heliponto, de onde poderiam partir passeios de helicóptero, de uma marina que atrairia quem passeia de barco e lancha pelo Guaíba, e até uma academia de ginástica seria permitida.
Ela faz referência, também, a uma ideia antiga de fazer um aquário como os que existem no Rio de Janeiro e em capitais europeias – embora imagine que o custo seria um empecilho.
– Nesse modelo de concessão, assim como foi o do Parque Harmonia, a gente não impõe o que colocar: eles que vão dizer, e nós vamos dar a autorização.
Ana pondera que é necessário respeitar o conceito urbanístico estipulado pelo escritório de Jaime Lerner, que projetou a revitalização dos trechos 1, 2 e 3 da Orla, e que é indispensável obter todas as licenças previstas. E também adianta o que não pode ser feito:
– A vocação do trecho 2 é lazer e gastronomia. Não é lugar para comércio, para shopping.
Até mesmo a roda-gigante de 70 metros prevista no edital passado pode ser construída, se o empreendedor quiser. Mas a Secretaria de Parcerias avaliou que, por ser numa área de aterro, poderia ficar muito caro fixar um equipamento desse porte com segurança. A obrigação de construí-la estaria afastando interessados.
A secretária adianta que, tirando a obrigação da roda-gigante, o novo edital deve ser bem parecido com o primeiro, incluindo requisitos como a construção de um parquinho para crianças, cachorródromo, colocação de mobiliário urbano, ciclovia e um anfiteatro – ou a reforma do Anfiteatro Pôr do Sol.
A gestão de Nelson Marchezan tinha suspenso a primeira licitação para a revitalização e concessão desse trecho em março do ano passado, um dia antes da data de recebimento das propostas. A justificativa dada foi a necessidade de ajustar o projeto em razão do momento da economia mundial e da pandemia de coronavírus.