Se continuar assim, não tem jeito: Sebastião Melo (MDB) vai descumprir a promessa de reabrir todas as atividades em 1º de janeiro. Ele não diz isso com todas as letras, claro.
A expectativa é de que, até a cerimônia de posse – daqui a 29 dias –, os índices de ocupação de UTIs já estejam em situação mais controlada. Se estiverem, aí o novo prefeito talvez consiga honrar seu compromisso de abrir tudo.
Mas, se o governo do Estado seguir impondo restrições à região de Porto Alegre, Melo não vai entrar em confronto com Eduardo Leite: vai cumprir o que o Piratini determinar. Ainda bem. Prefiro um prefeito que talvez tenha jogado para a torcida, durante a campanha, do que um prefeito irresponsável durante o mandato.
E Melo não é irresponsável, pelo contrário. Nos últimos dias, ele entrou em contato com entidades médicas, como Simers e Cremers, para iniciar a formação de um comitê informal – a ideia é que essas associações indiquem infectologistas e epidemiologistas para atuarem como conselheiros do prefeito eleito.
Em paralelo a isso, Melo já marca reuniões com representantes do comércio, da indústria e da gastronomia para compreender em detalhes o drama de cada setor – boa parte dos empresários, aliás, votou nele entusiasmada com a ideia de que nada fecharia.
Perguntado pela coluna sobre sua promessa de manter tudo aberto, Melo respondeu assim:
– Tudo no seu tempo. O prefeito agora é Marchezan, e a minha posição vocês (da imprensa) terão com clareza depois do dia 20. Me dê tempo de compreender. Mantenho minha convicção de que saúde e economia serão priorizadas.