Alguma punição pode vir. Representantes de diferentes secretarias vão discutir na segunda-feira (21), na reunião do comitê liderado pelo prefeito Marchezan, medidas para combater aglomerações dentro e fora dos bares.
— Seria lastimável, seria macular uma região, mas a gente pode, por exemplo, impedir que (os bares) abram em determinado bairro ou rua — adianta Marchezan.
Nesta sexta-feira (18), vias como Padre Chagas, Nova York, República e Fernando Machado receberam à noite pequenas ou grandes multidões. Nas palavras do prefeito, "se não foram situações ilegais, foram, no mínimo, imorais em uma cidade com 300 internados em UTI com coronavírus".
— Isso pode levar mais pressão ao sistema de saúde. E pode atrasar a abertura de outros setores. Ou a gente divide a responsabilidade e o sacrifício igualmente entre todos, ou alguns vão acabar se sacrificando mais — diz Marchezan.
Donos de bares têm argumentado que, do lado de fora, na calçada, não conseguem controlar a intensidade do movimento. Com dívidas acumuladas, fica ainda mais complicado contratar seguranças para dispersar a multidão. O secretário Leonardo Hoff, de Desenvolvimento Econômico, afirma compreender as dificuldades, mas recorre ao decreto mais recente:
— O decreto prevê que o estabelecimento, ao ser aberto, não pode gerar fila nem aglomeração. Se o bar tem mesas na calçada, por exemplo, aquela área se torna uma extensão do local.
Na reunião de segunda-feira (21), o comitê da prefeitura também vai discutir a interdição de bares que descumprirem a regra de fechar às 23h – a entrada de clientes precisa ser interrompida uma hora antes. Quatro estabelecimentos, na sexta-feira (18), foram autuados por esse motivo. Mas Marchezan reconhece que a conscientização, em primeiro lugar, deveria partir dos frequentadores:
— As pessoas não viveram em Porto Alegre o que ocorreu em Manaus ou Belém, com corpos se empilhando, e aí acreditam que nada vai acontecer com elas. Que bom se fosse assim.