Porto Alegre registrou mais uma sexta-feira de movimentação intensa e de aglomerações em bares. De acordo com a Guarda Municipal da Capital, sete estabelecimentos foram autuados e os locais com maior número de pessoas foram as ruas Padre Chagas, no Moinhos de Vento, República e Lima e Silva, na Cidade Baixa, e Fernando Machado, no Centro Histórico. O cenário de normalidade é reprovado por entidades representativas do setor.
Henry Chmelnitsk, presidente do Sindicato de Hospedagem e Alimentação de Poa e Região (Sindha), afirma que o momento exige cooperação dos empreendimentos e também da população:
— Não concordamos com as aglomerações. Temos que preservar o setor aberto, levando em consideração que o que vivemos é uma questão de saúde pública. Não adianta exagerar no início do final de semana se depois corrermos o risco de ficar dois meses com as portas fechadas. Os estabelecimentos precisam cumprir os protocolos e a população precisa cooperar e não realizar aglomerações nas calçadas.
Maria Fernanda Tartoni, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), afirma que tenta dialogar com os estabelecimentos associados para que os regramentos sanitários sejam cumpridos.
— Evitar a transmissão da doença é responsabilidade de todos. Os protocolos são baseados em estudos científicos e o distanciamento é uma recomendação internacional. Temos que trabalhar juntos, empreendimentos e sociedade, respeitando esses regramentos. Entendemos a preocupação dos donos de bares e restaurantes, que precisam equilibrar as contas. Por isso, procuramos dialogar com associados que são autuados para procurar entender o que aconteceu e orientá-los corretamente — afirma.
Somente na Rua da República, na Cidade Baixa, foram dispersadas três aglomerações. De acordo com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico (Smde), quatro empreendimentos foram flagrados com consumidores no local após o horário autorizado por decreto. Além disso, outros três bares registraram aglomeração, o que também não é permitido, devido às regras de prevenção do coronavírus.
Questionada sobre qual medida pretende tomar para evitar esse tipo de situação, a pasta afirmou, por meio de nota, que “além da fiscalização, diálogo permanente com as entidades representativas”.
O comandante da Guarda Municipal de Porto Alegre, Marcelo Nascimento, informou que as aglomerações não eram organizadas:
— As aglomerações dispensadas não eram eventos organizados, mas, sim, movimentos espontâneos. Do tipo que, tradicionalmente, ocorre nessas regiões.
Ele ressaltou ainda que, neste sábado (19), haverá uma nova rodada de fiscalização na Capital.