Cansada de ver tanto cocô de cachorro no parquinho da Praça Garibaldi, na Cidade Baixa, a aposentada Tânia Chiarel, 70 anos, comprou uma corrente e um cadeado no chaveiro da esquina. Fez uma placa com os dizeres "espaço infantil, cachorro não", grudou-a na cerca do playground e passou a trancafiar o local durante a noite. Frequentadores da praça, contrariados com as duras regras de dona Tânia, se enfureceram.
– Não era justo que as crianças brincassem ali, no meio da sujeira. Moro aqui há 35 anos e meus filhos frequentavam a praça, a gente sempre teve muito respeito pelo lugar – afirma ela.
Segundo a Secretaria do Meio Ambiente (Smams), pessoas começaram a procurar a pasta para denunciar o caso. Todos diziam que o local era trancado à tarde, mas a aposentada garante que só recorria ao cadeado à noite – pela manhã, ela o retirava. De qualquer forma, a secretaria solicitou a dona Tânia que não fechasse mais o parquinho.
Só que a aposentada realmente cuidava da Praça Garibaldi: pagou por um conserto no portão, trocou a areia dos escorregadores. O próprio secretário do Meio Ambiente, Maurício Fernandes, tinha um encontro marcado com dona Tânia ontem à tarde, para estimulá-la a seguir ajudando, mas a conversa foi adiada por um imprevisto de agenda.
– Peguei nojo dessa história. Estava tentando ajudar e as pessoas ficaram contra, então não faço mais. Fico de coração partido, mas não quero mais saber – lamenta dona Tânia.
