Despejado há 38 dias do prédio que ocupou por 26 anos, na Rua Luiz Afonso, no bairro Cidade Baixa, o Grupo de Apoio à Prevenção da Aids (Gapa-RS) não consegue sequer um lugar para guardar seu acervo.
— O que está nesse prédio é a história da aids no Estado e no país, e esse material não tem para onde ir. O proprietário só não jogou fora por solidariedade — diz o vice-presidente Carlos Duarte, mencionando a biblioteca de livros, cartazes e material de campanhas realizadas ao longo de três décadas, além de toda a documentação das 10 mil pessoas atendidas.
Para pagar o encaixotamento e o frete do acervo, além do aluguel de um depósito por seis meses, o Gapa pede ajuda no site vakinha.com.br/gapa-rs. Enquanto isso, aguarda uma nova sede prometida pela prefeitura.
— Aceitamos ocupar um prédio alugado provisoriamente, já passamos até uma lista de casas comerciais disponíveis para a prefeitura. Só que é tudo muito lento — lamenta o vice-presidente.
Em agosto, a casa em que o grupo funcionava desde 1991 foi interditada por decisão da Justiça. O imóvel particular era alugado pela Secretaria Estadual da Saúde, que deixou de pagar a locação havia nove anos. A ação de despejo foi resultado de um processo judicial movido pelo proprietário.