Desde que o governo do Estado anunciou a intenção de extinguir a Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro), dentro do pacote encaminhado à Assembleia Legislativa há menos de um mês, chamou atenção a pouca ou quase inexistente mobilização do setor produtivo em defesa da fundação. Criada em 1994, no governo Collares, a Fepagro é o órgão responsável pela implementação de pesquisa e difusão de tecnologia agropecuária.
Embora haja consenso sobre as dificuldades provocadas pela falta de pessoal e de investimento, refletida na deficiência dos serviços prestados, sabe-se que o segmento é um importante pilar para o setor primário. E muito do que deixou de ser feito pela Fepagro nos últimos anos, o que justificaria a sua extinção agora, é fruto da falta de investimentos de um Estado à beira de um colapso financeiro.
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Mas essa situação não pode reduzir a relevância a fundação, que nas últimas duas décadas criou 34 tecnologias. Se a extinção da Fepagro for confirmada nos próximos dias, em votação prevista na Assembleia, os 220 funcionários estatutários (os quais não podem ser demitidos) serão absorvidos pela Secretaria da Agricultura. A ideia do governo, embora não conste no projeto de lei, é criar um departamento e, assim, preservar a pesquisa.
A perda de autonomia, porém, deverá limitar a captação de recursos em editais – o que fez o órgão resistir até agora. Se isso vier a acontecer, o setor produtivo não poderá reclamar, pois pouco fez para salvar a Fepagro.
Futuro de laboratório é incerto
Caso a extinção da Fepagro seja aprovada pelos deputados estaduais, o futuro do Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor (IPVDF), sede da unidade de saúde animal, em Eldorado do Sul, é incerto. O estabelecimento é o único no Estado credenciado ao Ministério da Agricultura para garantir o status sanitário da cadeia produtiva da carne.
No local, são efetuados exames como influenza, doença de newcastle, brucelose, sarna suína, leptospirose e peste suína clássica.