Fui ver Malévola - Dona do Mal, que recebeu nota baixa dos críticos, embora a maioria dos comentários que li ressalvem as boas atuações de Angelina Jolie (a bruxa que virou fada madrinha) e de Michelle Pfeiffer (a rainha má). Também achei o filme apenas razoável, especialmente na comparação com o primeiro. A trama é pouco convincente e há efeitos especiais em demasia. Mas as atrizes são espetaculares, tanto as duas referidas quanto a jovem princesa Aurora, interpretada por Elle Fanning. As damas do filme e alguns diálogos irônicos mais inspirados valem o ingresso. Aliás, acho que o poder das mulheres é a mensagem mais forte dessa releitura cinematográfica da Bela Adormecida pela ótica das vilãs.
Malévola tem a magia, a sagacidade e – no exagero da fantasia – até a imortalidade, pois é capaz de ressuscitar das cinzas como a Fênix da fábula original. Mas a frágil Aurora é mais poderosa porque possui o dom de atrair o amor incondicional das outras pessoas, como fica evidente pela devoção maternal de sua temida e destemida madrinha.
Na vida real também pode ser assim. O professor de Educação Física João Hoffmann, um jovem barbudo de Taubaté, São Paulo, protagonizou nesta semana que passou um vídeo (veja abaixo) de grande audiência nas redes sociais, pulando corda com um aluninho de sete anos no colo. O menino é cadeirante e pediu para participar das brincadeiras da aula com as outras crianças. Hoffmann aceitou o desafio e sempre dá um jeito de incluí-lo, seja levando-o na garupa no pega-pega, seja escalando-o como goleiro no futebol dos pequenos. Heitor, conta a mãe, não gostava das aulas de Educação Física. Agora, adora.
Nota 10 para esse professor.
Moral das histórias: ninguém precisa de superpoderes para praticar o amor e a compaixão.