Nílson Souza
Numa dessas esquinas de Porto Alegre, assim imortalizadas pelo poeta Mario Quintana, parei no último sábado atrás de um carro com placas de Cabedelo, Paraíba. Como era dia de trânsito anormal, porque metade da população estava na praia e a outra metade tentando chegar lá, provavelmente retida em algum engarrafamento, tive tempo suficiente para ler a indicação de origem do veículo. Lembrei-me, então, de um tempo não muito distante em que a identificação de um motorista forasteiro me levava a perguntar-lhe se estava perdido ou precisando de alguma orientação nesta cidade do meu andar. Enxerido, já servi algumas vezes de guia para castelhanos distraídos, desses que esquecem parentes em postos de gasolina, e também para patrícios de outros Estados. Fui dispensado da função improvisada pelo GPS. Atualmente, é muito raro encontrar alguém que não utilize como bússola urbana o próprio celular, até mesmo por razões de segurança.
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