A começar pelo colunista, que abre o texto em penitência, chegou a hora de uma revisão geral em relação ao valor de Danilo para a Seleção Brasileira. Ninguém entre os 26 é tão menos reconhecido na comparação entre o que entrega e a percepção do que entrega. A carreira de Danilo é vitoriosa desde o Santos, onde é campeão da Libertadores. Volante de origem, Danilo passa a ser lateral-direito por conta de sua versatilidade e leitura de espaço. Então, começa uma carreira exitosa na Europa. Em paralelo, vai sendo convocado para a seleção principal e olímpica. Sua resposta nunca é ruim, tampouco fulgurante. Ele simplesmente corresponde. Dá conta. Zera a preocupação de quem o convoca. Atende a demanda. É um retorno constante. Acima do aceitável e abaixo do espetacular.
Nesta Seleção, Danilo é titular indiscutível desde sempre. Sua função é de fiador de um meio-campo ofensivo em que mistura tarefas de terceiro zagueiro e volante. Assim, Paquetá se soma aos homens da frente e o time joga compactado numa faixa de terreno de 40 metros. Neste território, todos os jogadores se comprometem em retomar a bola perdida para começar um novo ataque. Neste contexto de poder jogar em tantas funções, Danilo foi exigido numa posição que tem a ver com sua realidade de momento na Juventus. Ele virou um defensor que atua também no lado esquerdo. Zagueiro ou lateral pela esquerda, veja só.
À esta altura, estamos falando da sexta ou sétima função que Danilo consegue cumprir satisfatoriamente. Resposta boa. Tipo um eterno nota sete que, quando varia, varia meio ponto para cima. Um estabilizador assim tão confiável deveria ser mais reconhecido. É o que estou tentando fazer nesta coluna que antecede Brasil x Croácia pelas quartas de final da Copa do Mundo do Catar. Outra vez, Danilo estará fora da posição de origem e o temor de que responda mal é zero. Antes, só o treinador e auxiliares tinham esta certeza. Hoje, parece que a imprensa e a torcida começam a ver Danilo com olhos mais generosos. Não condescendentes; generosos. Se o hexa vier, haverá um robusto capítulo dedicado a Danilo, o tático.
