Ao lado do lateral-direito Danilo e do auxiliar técnico Cléber Xavier, Tite concedeu entrevista coletiva nesta quinta-feira (8), véspera do duelo pelas quartas de final da Copa do Mundo contra a Croácia. O treinador não revelou qual será a escalação titular da Seleção Brasileira, mas enalteceu a boa fase e confiança dos seus atletas, que vem encantando pelo bom futebol e resultados.
Entre comentários sobre o próximo adversário e a preparação da equipe, uma declaração de afeto familiar aos jogadores que o fizeram imitar a "dança do pombo" após gol de Richarlison diante da Coreia, na classificação nas oitavas.
— Eles (jogadores) poderiam ser meus netos, e eu gero uma conexão com eles. Se tiver de dançar, vou dançar, mas de uma forma sutil, podem ver que até pedi para que eles me escondessem no momento. O quadro é pintado pelos atletas, não pode aparecer a comissão técnica mais do que eles. Mas queremos participar deste quadro e da alegria — enalteceu.
Será a quarta vez que o Brasil enfrenta uma seleção europeia em mata-mata de Copa do Mundo desde 2002. Em 2006, derrota para França, em 2010, para a Holanda, pulando 2014, que encontramos o Chile, nova derrota em 2018, dessa vez para a Bélgica.
O retrospecto recente da Croácia, que enfrentou uma prorrogação e obteve a classificação nos pênaltis nas oitavas de final, é algo que Tite leva em conta para preparar-se para a decisão de sexta (9).
— Há uma qualidade técnica individual e coletiva. Eles têm resiliência e consciência, foi preciso altíssimo nível para chegarem neste conjunto — elogiou, enaltecendo que se preocupa mais em manter o padrão de excelência da própria equipe para aumentar as chances de vitória.
As dancinhas de Vinicius Jr. e seus companheiros em comemoração aos gols foram tema de uma outra pergunta feita por um jornalista árabe. As críticas de um Roy Keane, ex-jogador irlandês com carreira marcada por posturas violentas dentro de campo, não encontraram resposta em Tite:
— Lamento muito, não farei comentários sobre quem não conhece a cultura e os gostos brasileiros.
A surpresa da coletiva ficou por conta de um repórter argentino que elogiou o futebol brasileiro. Destacou a alegria e o bom desempenho da Seleção em Copas ao longo do tempo, para resposta de Tite:
— É a nossa cultura. Não começou agora, vem desde os técnicos da base e a criação da personalidade dos nossos jogadores. É nossa característica, temos capacidade para jogar dessa forma. Mesmo correndo os riscos de dar errado e ter a carne cortada, e eu já vi isso, mas não abrimos mão.
As "viagens" pós-treino
Tite permite a participação de filhos e filhas de jogadores após os trabalhos diários da Seleção em Doha. Depois de brincar um pouco e relaxar da pressão por resultados, o treinador, que já foi campeão da Libertadores e do Mundial de Clubes com o Corinthians, além de outros títulos por times como Grêmio e Inter, deixa-se levar pelos pensamentos. Em uma confissão emocionada, o técnico revelou:
— Essa viagem vai até São Braz, em Caxias (do Sul). Vai para um menino que era treinado pelo pai, entrou em campo, e hoje é técnico da Seleção Brasileira.
Tite prepara agora um esquema que seja possível de levar o Brasil até a semifinal da Copa do Mundo no Catar. Para isso, precisará vencer a Croácia na sexta-feira (9), a partir das 12h(horário de Brasília).