O cenário do julgamento dos pedidos de cassação do mandato do senador Sergio Moro (União Brasil-PR), que é retomado nesta quarta-feira (3), mudou consideravelmente com o voto do desembargador Luciano Carrasco Falavinha Souza, relator do caso. Além de se opor à tese de abuso de poder econômico, o magistrado sustentou que Moro não precisaria realizar pré-campanha para tornar seu nome popular, dada a ampla divulgação midiática da operação Lava-Jato. Após o voto, membros do PT e do PL, os partidos que ingressaram com as ações, passaram a admitir que o senador pode sair vitorioso do Paraná.
Pessoas com trânsito no Poder Judiciário do Paraná consideram que os interessados na cassação de Moro já estão mirando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), responsável por analisar eventuais recursos. O cenário em Brasília está longe de ser amigável ao senador, que tem recente na memória o caso do ex-procurador Deltan Dallagnol. Depois de vencer o julgamento no TRE, ele teve o mandato de deputado cassado na instância superior.
Na segunda-feira, Moro chegou em desvantagem para o julgamento. Não pela força das acusações, mas pela falta de apoio político, que em 2022 já foi determinante nas mudanças de rumo de sua pré-candidatura à Presidência da República.
O voto consistente do relator, que antes não dava pistas de seu posicionamento, foi considerado uma vitória importante do ex-juiz, tanto na avaliação de aliados quanto de adversários dele. No entorno do senador, ninguém arrisca cravar um placar, mas o clima no momento é de otimismo.