A Câmara dos Deputados e o Senado liberaram os parlamentares para se dedicarem nesta semana às articulações políticas que envolvem a janela partidária. O prazo para que vereadores troquem de sigla sem perderem o mandato termina na sexta-feira (5). Por isso, a maioria dos deputados e senadores não virá a Brasília. O foco é trabalhar nas bases para turbinar os redutos eleitorais.
Na prática, é a segunda semana de trabalhos reduzidos no Congresso. Embora a folga do feriadão de Páscoa tenha começado para a maioria da população na Sexta-Feira Santa, muitos parlamentares não vieram para a capital federal. Outros atenderam às convocações dos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), mas retornaram às bases antes do habitual. Houve casos de deputados que chegaram na terça-feira, registraram presença e voltaram na quarta pela manhã.
Com a baixa presença dos congressistas, os projetos mais relevantes em tramitação no Legislativo ficam parados. São realizadas somente sessões solenes, audiências públicas ou seminários.
Um dos temas que já deveria ter avançado pelo calendário prometido no ano passado é a regulamentação da reforma tributária. Mas a demora sobre este tema também está relacionada ao atraso do envio dos projetos pelo governo. O Ministério da Fazenda planeja submetê-los ao Congresso até o dia 15 deste mês. A ideia inicial era finalizar em março.
Se no início do ano os parlamentares já estão mais envolvidos que de costume com as articulações políticas nas bases, a partir de junho a tendência é a presença em Brasília cair cada vez mais. Se o governo e as lideranças partidárias não se apressarem, a reforma tributária e mais uma extensa lista de projetos prioritários andarão a passos de formiguinha.